Existem, de acordo com Carl Jung, psiquiatra e fundador da psicologia analítica: “estruturas psíquicas idênticas comuns a todos” que são hereditárias e influenciam a maneira como todos os humanos experimentam o mundo.
Essas estruturas são o que Jung chamou de arquétipos.
“Sempre que falamos de conteúdos [simbólicos] nos movemos em um mundo de imagens que apontam para algo inefável. Não sabemos quão claras ou obscuras essas imagens, metáforas e conceitos são em relação a seu objeto transcendental. No entanto, não há dúvida de que há algo por trás dessas imagens que transcende a consciência e opera de tal forma que as declarações não variam ilimitada e caoticamente, mas claramente todas se relacionam com alguns princípios básicos ou arquétipos. ”
(Trecho do livro Psicologia e Religião, Carl Jung)
Os arquétipos de Jung: uma breve história
Ao estudar os mitos e religiões de culturas passadas e presentes, Jung percebeu que muitos deles compartilhavam padrões, temas e símbolos semelhantes.
E então, o que já estava interessante ficou ainda mais curioso: alguns desses mesmos temas e símbolos surgiram nos sonhos e fantasias de seus pacientes que sofriam de esquizofrenia.
Jung propôs que a mente humana, ou psique, não é exclusivamente o produto da experiência pessoal, mas contém elementos que são pré-pessoais ou transpessoais e comuns a todos.
A esses elementos chamou-os de arquétipos e propôs que é sua influência no pensamento e no comportamento humano que dá origem às semelhanças entre os vários mitos e religiões.
A psique e seus domínios
Jung descreveu a psique como a personalidade total de uma pessoa, abrangendo todos os pensamentos, comportamentos, sentimentos e emoções dela, e a dividiu em três domínios principais: consciência, o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo. Esses três reinos não estão isolados um do outro, mas interagem constantemente de maneira compensatória.
Vamos passar brevemente em cada um dos domínios, mas caso você deseje aprofundar-se mais no tema, recomendamos o canal da CEO do Coworking Saúde Integrada, Osmarina Vyel.
O consciente é o campo de percepção da pessoa, os conteúdos psíquicos dos quais se tem conhecimento. Ou seja, qualquer experiência que entre no campo de percepção de alguém assume a qualidade de consciência.
O inconsciente pessoal, como o nome sugere, é particular de cada indivíduo. Consiste em eventos da vida de uma pessoa que são considerados insignificantes, são esquecidos ou são reprimidos devido à sua natureza negativa.
O inconsciente coletivo consiste em “estruturas psíquicas” ou “categorias cognitivas” que não são exclusivas do indivíduo, mas sim compartilhadas por todos, influenciando nossos pensamentos, comportamentos e a maneira como olhamos para o mundo. Colocando em outras palavras, o inconsciente coletivo é o lar dos arquétipos.
“Do inconsciente emanam influências determinantes que, independentemente da tradição, garantem em cada indivíduo uma semelhança e até uma mesmice da experiência, e também da forma como é representada imaginativamente.”
(Trecho do livro Os arquétipos e o inconsciente coletivo, Carl Jung)